exemplos de arquitectura rococó:
Introdução
O nome Rococó derivou do termo francês rocaille (que designava os motivos ornamentais, como a concha, francamente empregues por este estilo), um termo depreciativo inventado por críticos numa época que desvalorizou este período artístico.
Só muito recentemente se reavalia este movimento, diferenciando-o do Barroco que, em muitos países, se desenvolveu em simultâneo com o Rococó.
Procurando afastar-se da austeridade e monumentalidade que a cultura iluminada de Louis XIV exportou para toda a Europa, o rococó tentou recuperar uma cultura mais íntima e sensível, ligada à frívola vida da corte e elegeu como fundamento estético a supremacia da sensação, da forma caprichosa e do ornamento.
Arquitectura
Em França, as grandes transformações estilísticas e formais da arquitectura manifestaram-se essencialmente ao nível dos edifícios civis. Abandonando a solenidade e monumentalidade barroca, criaram-se novas tipologias residênciais aristocráticas, urbanas e rurais, que respondiam a necessidades de intimidade e de conforto que os grandes palácios não admitiam. A progressiva especialização funcional dos diferentes espaços determinaram a tendência para se pensar cada sala autonomamente, eliminando-se frequentemente as regras compositivas de sentido geral e dissociando-se o carácter dos espaços interiores da imagem exterior dos edifícios. As salas, ornamentadas por delicadas e densas molduras, painéis e medalhões que encerravam pinturas e espelhos, eram francamente iluminadas por vãos cada vez mais elegantes.
Se a Inglaterra e a Itália contribuiram muito pouco para o desenvolvimento deste estilo, as regiões alemãs e austríacas envolventes dos alpes destacaram-se na criação de uma arquitectura rococó de carácter religioso. As igrejas, apresentando geralmente um exterior simples, reservavam para o interior toda a complexidade espacial e exuberância decorativas próprias deste estilo. Fundindo o requintado carácter rocaille com a monumentalidade barroca, este estilo procurava integrar na arquitectura elementos escultóricos e pictóricos, numa síntese que se designou por Gesamtkunstwerk (obra de arte total). De entre os inúmeros templos construídos nesta altura destacam-se a abadia de Ottobeuren de Johann Fisher, as igrejas do arquitecto Dientenhofer, em Praga, a pequena igreja de peregrinação In der Wies, na Alta Baviera, obra dos irmãos Zimmermann e a monumental igreja da abadia de Wierzehnheiligen na Baviera, de Balthasar Neumann.
Em Portugal a arquitectura rococó não atingui um nível artístico comparável ao dos restantes países europeus. De entre os edifícios erguidos neste período destacam-se a ala poente do Palácio de Queluz, desenhada pelo francês Robillon, um conjunto de igrejas construídas para Lisboa após o terramoto de meados da centúria e uma série de pequenos edificios civis e religiosos projectados por André Soares para a região de Braga.
Artes plásticas e decorativas
A escultura rococó, contrariamente à barroca que assumia geralmente uma escala pública e monumental, é de pequena escala (à excepção de poucas esculturas monumentais em bronze), surgindo geralmente no interior de igrejas e de palácios. Apresentava formas sofisticadas e galantes e as temáticas abordadas ligavam-se geralmente à vida cortesã, embora na Alemanha fosse frequente a estatuaria sacra. Um dos géneros mais difundidos neste período foi o retrato, normalmente realizado em mármore.
Outros materiais, como a madeira e a porcelana eram muitas vezes utilizados para a execução de peças mais pequenas. Um dos exemplos notáveis deste tipo de escultura foi realizado pelo português Machado de Castro, sob a forma de presépios.
A produção da porcelana, cuja técnica foi importada da China nesta altura, conheceu um grande desenvolvimento, expandindo-se por toda a Europa. Em França foi criada a Real Manufactura de Sévres e em Espanha a Fábrica do Buen Retiro. Sem as limitações técnicas da escultura em pedra, as peças de porcelana assumiam formas ainda mais carpichosas e sinuosas, respondendo cada vez mais a objectivos decorativos e ornamentais.
A pintura rococó apresentava tendência para a valorização da mancha colorida em detrimento da linha, para as composições baseadas em traçados ondulantes e para o predomínio dos elementos ornamentais. Os temas preferênciais deste período, foram as cenas cortesâs (género no qual se destacaram os pintores Watteau e Fragonard), a paisagem e o retrato. Este último, bastante difundido, teve como protagonistas os franceses Largillière, Nattier ou Chardin e os ingleses Hogarth, Joshua Reynolds e Thomas Gainsborough. Foram então realizados muitos retratos a pastel, técnica pictórica que admitia uma grande rapidez e liberdade de execução.
A pintura veneziana, que alcançou nesta época um grande reconhecimento, destacou-se pela produção original de paisagens urbanas, um campo temático em que se afirmaram Piero Longhi, Canaletto (famoso pela minucia e rigor das representações) e Francesco Guardi (este mais veloz e impressionista). O mais conhecido e internacional dos pintores da escola veneziana foi, no entanto, Giambattista Tiepolo que se especializou na pintura de grandes frescos.
sábado, 12 de junho de 2010
Barroco
exemplos de pintura barroca:
No final do século XVI surgiu na Itália uma nova expressão artística, que se contrapunha ao maneirismo e as características remanescentes do Renascimento. O Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau gosto) pode ser considerado como uma forma de arte emocional e sensual, ao mesmo tempo em que se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e excesso de ornamentação.
Essa grandiosidade é explicada pela situação histórica, marcada pela reação da Igreja Católica ao movimento protestante e ao mesmo tempo pelo desenvolvimento do regime absolutista. Dessa maneira temos uma arte diretamente comprometida com essa nova realidade, servindo como elemento de propaganda de seus valores.ser explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de expressão de cunho propagandista. Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento renascentista, logo se diversificou em vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o adaptava às suas própria características. Enquanto na Itália o barroco apresentou elementos mais "pesados", nos países Protestantes o estilo encontrou componentes mais amenos. Durante esse período as artes plásticas tiveram um desenvolvimento integrado; a arquitetura, principalmente das Igrejas, incorporaram os ornamentos da estatuária e da pintura.
ESCULTURA BARROCA Aura barroca teve um importante papel no complemento da arquitetura, tanto na decoração interior como exterior, reforçando a emotividade e a grandiosidade das igrejas. Destaca-se principalmente as obras de Bernini, arquiteto e escultor que dedicou sua obra exclusivamente a projeção da Igreja Católica, na Itália. A principal característica de suas obras é o realismo, tendo-se a impressão de que estão vivas e que poderiam se movimentar. esculturas em mármore procuraram destacar as expressões faciais e as características individuais, cabelos, músculos, lábios, enfim as características específicas destoam nestas obras que procuram glorificar a religiosidade. Multiplicavam-se anjos e arcanjos, santos e virgens, deuses pagãos e heróis míticos, agitando-se nas águas das fontes e surgindo de seus nichos nas fachadas, quando não sustentavam uma viga ou faziam parte dos altares.
ARQUITECTURA BARROCA Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande quantidade durante o movimento de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores. Quanto à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito de intensa emoção e grandeza. O teto elevado e elaborado com elementos de escultura dão uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz de modo a destacar as principais esculturas; as colunas transmitem uma impressão de poder e de movimento.
Igreja de Santa Inês, Roma
Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Os palácios, em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais representativa dessa época é o de Versalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los - todos os nobres poderosos das cortes de seu país.
PINTURA BARROCA As obras pictóricas barrocas tornaram-se instrumentos da Igreja, como meio de propaganda e ação. Isto não significa uma pintura apenas de santos e anjos, mas de um conjunto de elementos que definem a grandeza de Deus e de suas criações. Os temas favoritos devem ser procurados na Bíblia ou na mitologia greco-romana.
É a época do hedonismo de Rubens, com seus quadros alegóricos de mulheres rechonchudas, lutando entre robustos guerreiros nus e expressivas feras. Também é a época dos sublimes retratos de Velázquez, do realismo de Murillo, do naturalismo de Caravaggio, da apoteose de Tiepolo, da dramaticidade de Rembrandt. Em suma, o barroco produziu grandes mestres que, embora trabalhando de acordo com fórmulas diferentes e buscando efeitos diferentes, tinham um ponto em comum: libertar-se da simetria e das composições geométricas, em favor da expressividade e do movimento.
No final do século XVI surgiu na Itália uma nova expressão artística, que se contrapunha ao maneirismo e as características remanescentes do Renascimento. O Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau gosto) pode ser considerado como uma forma de arte emocional e sensual, ao mesmo tempo em que se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e excesso de ornamentação.
Essa grandiosidade é explicada pela situação histórica, marcada pela reação da Igreja Católica ao movimento protestante e ao mesmo tempo pelo desenvolvimento do regime absolutista. Dessa maneira temos uma arte diretamente comprometida com essa nova realidade, servindo como elemento de propaganda de seus valores.ser explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de expressão de cunho propagandista. Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento renascentista, logo se diversificou em vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o adaptava às suas própria características. Enquanto na Itália o barroco apresentou elementos mais "pesados", nos países Protestantes o estilo encontrou componentes mais amenos. Durante esse período as artes plásticas tiveram um desenvolvimento integrado; a arquitetura, principalmente das Igrejas, incorporaram os ornamentos da estatuária e da pintura.
ESCULTURA BARROCA Aura barroca teve um importante papel no complemento da arquitetura, tanto na decoração interior como exterior, reforçando a emotividade e a grandiosidade das igrejas. Destaca-se principalmente as obras de Bernini, arquiteto e escultor que dedicou sua obra exclusivamente a projeção da Igreja Católica, na Itália. A principal característica de suas obras é o realismo, tendo-se a impressão de que estão vivas e que poderiam se movimentar. esculturas em mármore procuraram destacar as expressões faciais e as características individuais, cabelos, músculos, lábios, enfim as características específicas destoam nestas obras que procuram glorificar a religiosidade. Multiplicavam-se anjos e arcanjos, santos e virgens, deuses pagãos e heróis míticos, agitando-se nas águas das fontes e surgindo de seus nichos nas fachadas, quando não sustentavam uma viga ou faziam parte dos altares.
ARQUITECTURA BARROCA Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande quantidade durante o movimento de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores. Quanto à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito de intensa emoção e grandeza. O teto elevado e elaborado com elementos de escultura dão uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz de modo a destacar as principais esculturas; as colunas transmitem uma impressão de poder e de movimento.
Igreja de Santa Inês, Roma
Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Os palácios, em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais representativa dessa época é o de Versalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los - todos os nobres poderosos das cortes de seu país.
PINTURA BARROCA As obras pictóricas barrocas tornaram-se instrumentos da Igreja, como meio de propaganda e ação. Isto não significa uma pintura apenas de santos e anjos, mas de um conjunto de elementos que definem a grandeza de Deus e de suas criações. Os temas favoritos devem ser procurados na Bíblia ou na mitologia greco-romana.
É a época do hedonismo de Rubens, com seus quadros alegóricos de mulheres rechonchudas, lutando entre robustos guerreiros nus e expressivas feras. Também é a época dos sublimes retratos de Velázquez, do realismo de Murillo, do naturalismo de Caravaggio, da apoteose de Tiepolo, da dramaticidade de Rembrandt. Em suma, o barroco produziu grandes mestres que, embora trabalhando de acordo com fórmulas diferentes e buscando efeitos diferentes, tinham um ponto em comum: libertar-se da simetria e das composições geométricas, em favor da expressividade e do movimento.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Pintura
Os pintores flamengos, através do estudo por experimentação e empiricamente, descobriram uma forma de representar o espaço e situar as figuras. Paralelamente, para atingir o mesmo fim, os artistas florentinos usaram um método científico e rigoroso — a perspectiva linear, descoberta por Brunesleschi. Esta, além de ser mais rigorosa, concedeu aos artistas uma nova liberdade para o estudo do espaço, mais racional e compreensível.
O primeiro artista a introduzir este método na pintura foi Masaccio. Revolucionando esta forma de expressão, este artista baseou-se no trabalho de Giotto, dando-lhe uma continuação de direcção renascentista. Uma das mais importantes características adoptadas foi a rejeição do decorativismo gótico.
Escultura
Na escultura, foi Donatello que introduziu a linha renascentista. A influência de outros artistas florentinos, como Masaccio, é perfeitamente visível, tanto no método como no resultado. Donatello revolucionou a escultura, reintroduzindo a expressão na pose, o nu e o contrapposto. Voltou a libertar a figura da rigidez estática imposta pela época medieval, o que revitalizou a estatuária, concedendo-lhe personalidade/ individualidade psicológica.
Os pintores flamengos, através do estudo por experimentação e empiricamente, descobriram uma forma de representar o espaço e situar as figuras. Paralelamente, para atingir o mesmo fim, os artistas florentinos usaram um método científico e rigoroso — a perspectiva linear, descoberta por Brunesleschi. Esta, além de ser mais rigorosa, concedeu aos artistas uma nova liberdade para o estudo do espaço, mais racional e compreensível.
O primeiro artista a introduzir este método na pintura foi Masaccio. Revolucionando esta forma de expressão, este artista baseou-se no trabalho de Giotto, dando-lhe uma continuação de direcção renascentista. Uma das mais importantes características adoptadas foi a rejeição do decorativismo gótico.
Escultura
Na escultura, foi Donatello que introduziu a linha renascentista. A influência de outros artistas florentinos, como Masaccio, é perfeitamente visível, tanto no método como no resultado. Donatello revolucionou a escultura, reintroduzindo a expressão na pose, o nu e o contrapposto. Voltou a libertar a figura da rigidez estática imposta pela época medieval, o que revitalizou a estatuária, concedendo-lhe personalidade/ individualidade psicológica.
terça-feira, 20 de abril de 2010
maneirismo em portugal
Maneirismo foi um estilo e um movimento artístico que se desenvolveu na Europa aproximadamente entre 1515 e 1600 como uma revisão dos valores clássicos e naturalistas prestigiados pelo Humanismo renascentista e cristalizados na Alta Renascença. O Maneirismo é mais estudado em suas manifestações na pintura, escultura e arquitectura da Itália, onde se originou, mas teve impacto também sobre as outras artes e influenciou a cultura de praticamente todas as nações europeias, deixando traços até nas suas colónias da América e no Oriente. Tem um perfil de difícil definição, mas em linhas gerais caracterizou-se pela deliberada sofisticação intelectualista, pela valorização da originalidade e das interpretações individuais, pelo dinamismo e complexidade de suas formas, e pelo artificialismo no tratamento dos seus temas, a fim de se conseguir maior emoção, elegância, poder ou tensão. É marcado pela contradição e o conflito e assumiu na vasta área em que se manifestou variadas feições.
O período é dividido em duas (ou três, conforme o autor) grandes etapas principais. A primeira vai de c. 1515 a c. 1530 (ou segundo outros até c. 1550), aparece primeiro em Florença, e logo em Roma, e é chamada de fase anticlássico do Maneirismo. Seus principais representantes haviam amadurecido sob a influência da Alta Renascença, e a obra que desenvolveram forma por isso um contraste muito nítido em relação ao classicismo anterior.
Esta primeira fase também é marcada pelo êxodo de artistas de Roma após o saque de 1527, fortalecendo por toda a Europa a influência do Renascimento italiano, a qual já se notava em vários pontos desde o século XV. Fundaram novos centros regionais e estimularam o trabalho de maior número de artistas. Em grande parte desses países o elemento italiano vai encontrar forte tradição tardo-gótica ainda viva, dando origem a singulares estilos híbridos, que definem o Maneirismo nesses locais.
No período seguinte, às vezes chamado de Alto Maneirismo, o estilo já era dominante em toda a Europa - embora não fosse o único. Se acentua o intelectualismo e a virtuosidade como elementos essenciais à boa arte, e a originalidade e maneira pessoais encontram dentro da arte profana um terreno livre para pesquisas ainda mais extravagantes. O período coincide, porém, com as reformas doutrinais do Concílio de Trento, como já foi mencionado antes, introduzindo alterações drásticas no modo de representação sacra.
O declínio do Maneirismo na Itália começa por volta de 1580 ou 1590, com uma recuperação dos valores do classicismo naturalista Rafaelesco, como se nota na obra de Annibale Carracci e na fase inicial de Caravaggio, enquanto que o estilo progride em outros países até bem dentro do século XVII, com centros da Renascença tardia se desenvolvendo em especial na França, Países Baixos e na Alemanha, até que se funde gradualmente no Barroco e se extingue em todas as partes.
Pintura
Talvez a mudança mais dramática introduzida pelo Maneirismo na pintura seja a transformação da noção de espaço. O Renascimento conseguiu construir a representação visual do espaço de modo notavelmente homogêneo, coerente e lógico, baseando-se na perspectiva clássica, colocando os personagens contra um cenário uniforme e contínuo e de acordo com uma hierarquia de proporções que simulava com grande sucesso o recuo gradual do primeiro plano para o horizonte ao fundo. O Maneirismo rompe essa unidade com diferentes pontos de vista coexistindo em um mesmo quadro e com a ausência de uma hierarquia lógica nas proporções relativas das figuras entre si, onde muitas vezes a cena principal é posta à distância e elementos secundários são privilegiados no primeiro plano. Assim as relações naturalistas são abolidas e o resultado é uma atmosfera de sonho e irrealidade, onde os relacionamentos formais e temáticos são arbitrários.
O estilo se manifesta com figuras com proporções alongadas e em posições dinâmicas, contorcidas ou em escorço, em grupos cheios de movimento e tensão, muitas vezes de paralelo impossível com a realidade, e daí seu caráter ser considerado artificia lista e intelectualista, em oposição à gravitas tão prezada no Alto Renascimento. Nota-se forte tendência ao horror vacui, uma aversão ao vazio, cercando a cena principal com uma profusão de elementos decorativos que adquirem grande importância por si mesmos. Também há um senso de experimentalismo no tratamento de temas tradicionais, com a intensificação do drama, e fazendo uso de muitas referências literárias e citações visuais de outros autores, o que tornava as obras de difícil compreensão pelo espectador inculto.
O período é dividido em duas (ou três, conforme o autor) grandes etapas principais. A primeira vai de c. 1515 a c. 1530 (ou segundo outros até c. 1550), aparece primeiro em Florença, e logo em Roma, e é chamada de fase anticlássico do Maneirismo. Seus principais representantes haviam amadurecido sob a influência da Alta Renascença, e a obra que desenvolveram forma por isso um contraste muito nítido em relação ao classicismo anterior.
Esta primeira fase também é marcada pelo êxodo de artistas de Roma após o saque de 1527, fortalecendo por toda a Europa a influência do Renascimento italiano, a qual já se notava em vários pontos desde o século XV. Fundaram novos centros regionais e estimularam o trabalho de maior número de artistas. Em grande parte desses países o elemento italiano vai encontrar forte tradição tardo-gótica ainda viva, dando origem a singulares estilos híbridos, que definem o Maneirismo nesses locais.
No período seguinte, às vezes chamado de Alto Maneirismo, o estilo já era dominante em toda a Europa - embora não fosse o único. Se acentua o intelectualismo e a virtuosidade como elementos essenciais à boa arte, e a originalidade e maneira pessoais encontram dentro da arte profana um terreno livre para pesquisas ainda mais extravagantes. O período coincide, porém, com as reformas doutrinais do Concílio de Trento, como já foi mencionado antes, introduzindo alterações drásticas no modo de representação sacra.
O declínio do Maneirismo na Itália começa por volta de 1580 ou 1590, com uma recuperação dos valores do classicismo naturalista Rafaelesco, como se nota na obra de Annibale Carracci e na fase inicial de Caravaggio, enquanto que o estilo progride em outros países até bem dentro do século XVII, com centros da Renascença tardia se desenvolvendo em especial na França, Países Baixos e na Alemanha, até que se funde gradualmente no Barroco e se extingue em todas as partes.
Pintura
Talvez a mudança mais dramática introduzida pelo Maneirismo na pintura seja a transformação da noção de espaço. O Renascimento conseguiu construir a representação visual do espaço de modo notavelmente homogêneo, coerente e lógico, baseando-se na perspectiva clássica, colocando os personagens contra um cenário uniforme e contínuo e de acordo com uma hierarquia de proporções que simulava com grande sucesso o recuo gradual do primeiro plano para o horizonte ao fundo. O Maneirismo rompe essa unidade com diferentes pontos de vista coexistindo em um mesmo quadro e com a ausência de uma hierarquia lógica nas proporções relativas das figuras entre si, onde muitas vezes a cena principal é posta à distância e elementos secundários são privilegiados no primeiro plano. Assim as relações naturalistas são abolidas e o resultado é uma atmosfera de sonho e irrealidade, onde os relacionamentos formais e temáticos são arbitrários.
O estilo se manifesta com figuras com proporções alongadas e em posições dinâmicas, contorcidas ou em escorço, em grupos cheios de movimento e tensão, muitas vezes de paralelo impossível com a realidade, e daí seu caráter ser considerado artificia lista e intelectualista, em oposição à gravitas tão prezada no Alto Renascimento. Nota-se forte tendência ao horror vacui, uma aversão ao vazio, cercando a cena principal com uma profusão de elementos decorativos que adquirem grande importância por si mesmos. Também há um senso de experimentalismo no tratamento de temas tradicionais, com a intensificação do drama, e fazendo uso de muitas referências literárias e citações visuais de outros autores, o que tornava as obras de difícil compreensão pelo espectador inculto.
segunda-feira, 15 de março de 2010
paineis de são vicente
Painéis de São Vicente de Fora é uma obra composta por 6 painéis, criada essencialmente pelo pintor português Nuno Gonçalves entre 1470 e 1480. Pintura a óleo e têmpera sobre madeira e está no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa.
Uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.
A autoria desses painéis, foi descoberta por José de Figueiredo.
Investigações recentes, nomeadamente de Jorge Filipe de Almeida levam a concluir que os painéis foram pintados realmente por Nuno Gonçalves, cerca de 1445 e representam não S. Vicente, mas sim o funeral simbólico do Infante Santo.
os paineis são:
Painel dos Frades, Painel dos Pescadores, Painel do Infante, Painel do Arcebispo, Painel dos Cavaleiros, Painel da Relíquia.
Uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.
A autoria desses painéis, foi descoberta por José de Figueiredo.
Investigações recentes, nomeadamente de Jorge Filipe de Almeida levam a concluir que os painéis foram pintados realmente por Nuno Gonçalves, cerca de 1445 e representam não S. Vicente, mas sim o funeral simbólico do Infante Santo.
os paineis são:
Painel dos Frades, Painel dos Pescadores, Painel do Infante, Painel do Arcebispo, Painel dos Cavaleiros, Painel da Relíquia.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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